Elisabeth Cruciger, poetisa
Elisabeth Cruciger |
Em 2017
estaremos comemorando os 500 anos do Movimento da Reforma. Quando ouvimos ou
lemos sobre a Reforma, geralmente os primeiros nomes que aparecem são Lutero,
Calvino, Zwínglio. Infelizmente, as histórias das mulheres da Reforma foram
silenciadas e invisibilizadas.
Elisabeth
von Meseritz, a primeira poetisa e compositora do protestantismo, nasceu em
1500 na Pomerânia, na divisa entre a Alemanha e a Polônia. Muito cedo, ela foi
para o Convento Irmãs de Maria da ordem dos Premonstratense em Treptow junto ao
Rio Rega. Sabe-se que o convento era um dos únicos lugares que oferecia
educação para as mulheres. Lá elas aprendiam a ler, escrever, matemática,
música e tinham também a oportunidade de aprender a língua cúltica da
época, o latim. Tem-se notícias que Elisabeth trocou correspondências de cunho
teológico com um judeu batizado, chamado Joaquim de Stettin. Em 1522 ela deixa
o Convento e foi recebida na casa de João Bugenhagen, em Wittenberg. Lá ela
conheceu o aluno e colaborador de Lutero, Gaspar Cruciger, com quem se casou em
1524, marcando oficialmente o primeiro casamento protestante (uma ex-freira e
um professor/pastor). Ela deu a luz a um filho e a uma filha. As famílias
Cruciger e Lutero mantiveram uma forte amizade.
Provavelmente,
ela também esteve envolvida nas discussões teológicas nas “conversas à mesa”.
Elisabeth faleceu em 1535.
No ano do
seu casamento, em 1524, Elisabeth escreveu o primeiro hino protestante que se
encontra no hinário oficial da Igreja Evangélica da Alemanha n. 67, sendo
cantado no último domingo de Epifania. O hino composto por Elisabeth demonstra
também conhecimento da Bíblia, o que era muito importante no movimento da
Reforma. Por exemplo, ela chama Cristo de estrela da manhã. Isso faz referência
ao texto bíblico de Apocalipse 22.6. A mensagem deste hino afirma que a fé
crista não é apenas um ato de compreensão intelectual, mas um movimento do
coração, voltado não para o céu distante, mas para uma espiritualidade engajada
na vida concreta. Quem sabe, brota em nós o compromisso de recuperar este
profundo hino da primeira poetisa e compositora protestante no hinário oficial
da IECLB.
Pa.
Dra. CLAUDETE BEISE ULRICH *
FONTE:
JORNAL O CAMINHO
Elisabeth Cruciger era de Pomerânia e passou um
tempo no convento em Treptow em Rega. Ela deixou o convento em 1522 ou 1523 e
se casou com Caspar Cruciger em 1524, que marcou o primeiro casamento oficial
protestante.
Ela era amiga de Katharina von Bora. Elizabeth
estava envolvida em discussões teológicas nas "conversas de mesa"
Lutero e Felipe Melanchthon a consideravam uma
mulher brilhante. Ela foi a primeira
mulher poetisa da reforma.
No ano do seu casamento, ela escreveu o primeiro
hino protestante que se encontra no hinário evangélico aqui na Alemanha - hino
67, sendo cantado no final do tempo de Epifania.
O fato de Elisabeth ser compositora criou uma
polêmica, pois as mulheres neste período não eram reconhecidas como poetisas e
compositoras. Importante lembrar
que em 1530 Lutero afirmou que depois da teologia ele amava a música... a
música que faz acalmar a dor.
A mensagem do texto e da música afirmam que a fé
crista não é apenas um ato de compreensão intelectual, mas sempre um movimento
do coração. Portanto a fé
crista tem a ver com todo o ser e com o cotidiano da vida.
Hino de Elisabeth em alemão.
1) Herr Christ, der einig Gotts Sohn, / Vaters in
Ewigkeit,/
aus seim Herzen entsprossen, / gleichwie geschrieben steht, /
er ist der Morgensterne, / sein Glänzen streckt er ferne /
vor andern Sternen klar;
aus seim Herzen entsprossen, / gleichwie geschrieben steht, /
er ist der Morgensterne, / sein Glänzen streckt er ferne /
vor andern Sternen klar;
2) für uns ein Mensch geboren / im letzten Teil der
Zeit, /
dass wir nicht wärn verloren vor Gott in Ewigkeit,/
den Tod für uns zerbrochen, / den Himmel aufgeschlossen, /
das Leben wiederbracht:
dass wir nicht wärn verloren vor Gott in Ewigkeit,/
den Tod für uns zerbrochen, / den Himmel aufgeschlossen, /
das Leben wiederbracht:
3) lass uns in deiner Liebe / und Kenntnis nehmen
zu, /
dass wir im Glauben bleiben, / dir dienen im Geist so, /
dass wir hier mögen schmecken, / dein Süßigkeit im Herzen /
und dürsten stets nach dir.
dass wir im Glauben bleiben, / dir dienen im Geist so, /
dass wir hier mögen schmecken, / dein Süßigkeit im Herzen /
und dürsten stets nach dir.
4) Du Schöpfer aller Dinge, / du väterliche Kraft,
/
regierst von End zu Ende / kräftig aus eigner Macht. /
Das Herz uns zu dir wende / und kehr ab unsre Sinne, /
dass sie nicht irrn von dir.
regierst von End zu Ende / kräftig aus eigner Macht. /
Das Herz uns zu dir wende / und kehr ab unsre Sinne, /
dass sie nicht irrn von dir.
5) Ertöt uns durch dein Güte, / erweck uns durch
dein Gnad. /
Den alten Menschen kränke, / dass er neu' leben mag /
und hier auf dieser Erden / den Sinn und alls Begehren /
und G'danken hab zu dir.
Den alten Menschen kränke, / dass er neu' leben mag /
und hier auf dieser Erden / den Sinn und alls Begehren /
und G'danken hab zu dir.
Uma possível tradução:
Senhor Jesus Cristo, o único Filho de Deus , / Pai
em eternidade /
Do seu coração brotou, / como está escrito, /
ele é a estrela da manhã,/ a sua luz brilha até os lugares mais distantes
clara muito além das outras estrelas;
Do seu coração brotou, / como está escrito, /
ele é a estrela da manhã,/ a sua luz brilha até os lugares mais distantes
clara muito além das outras estrelas;
Nascido para nós como ser humano, /quando
completou-se o tempo /
Para que nós não ficássemos perdidos na eternidade /
Até a morte para nós aniquilou, / o céu ele abriu /
A vida de volta foi trazida:
Para que nós não ficássemos perdidos na eternidade /
Até a morte para nós aniquilou, / o céu ele abriu /
A vida de volta foi trazida:
Deixa-nos em teu amor / e que teu conhecimento tome
conta, /
que nós permaneçamos na fé, / e que te sirvamos em Espírito /
que nós possamos aqui sentir o gosto / da doçura do teu coração /
sendo sempre sedentos de Ti.
que nós permaneçamos na fé, / e que te sirvamos em Espírito /
que nós possamos aqui sentir o gosto / da doçura do teu coração /
sendo sempre sedentos de Ti.
Tu criador de todas as coisas,/ Tu força paterna
governas de eternidade a eternidade,/poderoso a partir do teu próprio poder.
Dirige nossos corações a ti/ e transforma os nossos sentimentos
Para que não nos apartemos de Ti.
governas de eternidade a eternidade,/poderoso a partir do teu próprio poder.
Dirige nossos corações a ti/ e transforma os nossos sentimentos
Para que não nos apartemos de Ti.
Mata-nos com a tua bondade,/ acorda-nos com tua
Graça.
O velho ser humano adoece, /para que o novo possa viver.
E aqui nesta terra/ que a mente, todos os desejos
e pensamentos sejam levados para Ti.
O velho ser humano adoece, /para que o novo possa viver.
E aqui nesta terra/ que a mente, todos os desejos
e pensamentos sejam levados para Ti.
(Tradução Claudete Beise Ulrich - novembro 2012 –
Hamburgo)
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