Faz alguns dias assisti a uma palestra cujo tema era a
“ordem”. Não concordei com tudo o que foi dito e, por isso, fui vasculhar um
pouco mais sobre esse assunto. Foi nessa busca que descobri o texto bíblico de
1 Tessalonicenses 4.1-8. Interessante sua leitura... Você tem um tempinho para
me ler? Obrigado!
A organização pode ser um hábito muito bom! Gostamos de
responder que “está tudo em ordem”, quando nos perguntam pela nossa saúde. Ao
respondermos dessa forma temos em mente que, no momento, nada perturba a nossa
vida.
Sim! Tudo em ordem! Nós somos pessoas saudáveis. Sentimo-nos
bem. A família está tranquila. A comida que comemos à tem gosto bom.
Mas esta ordem também pode ser legal de outras maneiras.
Nosso mundo - como Deus o criou - é um milagre da ordem. Muitas vezes, essa
ordem maravilhosa se esconde, embora esteja diante de nossos olhos. Outro dia
olhei para uma margarida? Trata-se de uma flor muito simplória. No entanto, no
seu centro esconde-se um princípio especial de ordem. Há um bom número de
pétalas e tem a estrutura de um girassol. Estes três elementos se integram
dentro de uma bonita ordem.
Se observarmos a estrutura dos cristais de neve, nos daremos
conta de que são maravilhosos. Eles se aderem noutro princípio ordenado.
Os exploradores estão sempre descobrindo novas estruturas no
cosmos. Eles chegam a ficar boquiabertos quando começam a decifrar um pouquinho
daquilo que é a base do nosso universo.
Gente! Na natureza a ordem tem um significado profundo e
esse reconhecimento já é de longa data. Nos primeiros capítulos da Bíblia se lê
sobre esta ordem que torna possível a vida: a mudança do dia para a noite; do
verão para o inverno; da chuva para o sol; da luz para a sombra... Que coisa
estupenda!
Agora, notem que a pessoa - o principal “produto” da criação
divina - recebeu de Deus algo que a diferencia das outras criaturas da terra:
ela pode fazer perguntas. E uma das primeiras perguntas que ela fez foi: - Por
quê? - Por que não fazer isso e aquilo? - Por que isso é assim?
Esse “por que” faz de nós o que somos hoje: pesquisadores.
Nós não apenas pegamos as coisas na mão, mas procuramos por razões, causas,
explicações. Por exemplo, a pergunta por que o sol nasce e se põe de forma tão
inofensiva levou milênios para ter uma resposta convincente. Na realidade nós
ainda não somos capazes de dar uma resposta exata para este “por quê”, mesmo
que a teoria da relatividade de Einstein tenha nos aproximado bastante da
mesma.
Mas há perguntas complicadas do tipo: - Por que as pessoas
têm que sofrer? - Ou por que Deus permite algo assim? Quando tentamos responder
estas questões, logo nos vêm um turbilhão de opiniões, de ideias e de crenças.
Ouvimo-las e até podemos mudar nosso ponto de vista, independentemente das
nossas experiências ou do espaço cultural onde crescemos.
Vai daí não devemos nos surpreender se, no decorrer da
história, aconteceu uma variedade de diferentes ordens e ideias. Na verdade
somos sempre de novo confrontados com uma variedade de conceitos diferenciados
de organização.
Há pessoas que entendem a desordem como promotora de
sofrimento e miséria. Elas dizem: - Se existe ordem, já estamos a meio caminho
andado. Talvez essa palavra tenha surgido durante uma guerra. De qualquer
forma, o desejo das pessoas por ordem é enorme.
Mas o entendimento de que em circunstâncias ordenadas a vida
se desenvolve e se preserva é muito antigo. Aqui me lembro dos 10 Mandamentos
que são reconhecidos como marcos do comportamento interpessoal. Mesmo assim as
pessoas continuam ignorando o que eles exigem. As observações do apóstolo Paulo
à Comunidade dos tessalonicenses são um exemplo disso.
A vida das pessoas seria bem mais simples se elas cumprissem
os 10 Mandamentos. Volto a frisar, tanto ontem como hoje o anseio por ordem,
paz e segurança é comum a todos os povos e raças. Todas as pessoas querem
paz aqui no Brasil, mas isso parece um sonho. O fato é que as pessoas estão
fazendo uma “guerra” para programar conceitos de ordem diferentes e até
contraditórios.
O que fazemos? Ora, estamos tentando preservar nossa ordem habitual;
investindo no nosso jeito de vestir; perguntando-nos se uma pessoa pode andar
de mão dada com outra do mesmo sexo; achando esquisito quando um homem usa o
cabelo comprido e circula por aí com rabo de cavalo; apontando o dedo para
mulheres que usam maquiagem e até calças compridas num Culto; achando correto o
uso abusivo de pesticidas na agricultura. Ai meu Deus!
Quem é que especifica o que pode ou não pode ser feito? Hoje
é bem atual o debate sobre a direção defensiva. Se beber não dirija! Outro dia
alguém afirmou que a vida das pessoas é mais importante que os bens materiais.
Oh que princípio louvável! No entanto, olhando em volta, carrego a impressão
que a preservação da vida humana não é mais a nossa maior prioridade.
Por que isso é assim? Aparentemente porque existem outros
valores que possibilitam o sacrifício das pessoas. O que isso nos diz? Pois é.
As ordens que criamos têm suas vantagens e desvantagens!
Paulo descobriu um princípio de ordem que lhe parece
adequado para devolver a este mundo a figura criada por Deus: o AMOR.
Lembram-se de 1 Coríntios 13? O amor é uma força, uma energia, um poder
regulador que pode realmente consertar as coisas. Trata-se de uma ordem que
pode quebrar as ordens marcadas pelo “cheiro” da morte.
O amor interfere na dinâmica da nossa vida. Acontece um
redemoinho entre duas pessoas apaixonadas. O amor perpassa muros e cria
incêndios. Ele constrói pontes e ao mesmo tempo deleita; ele não se gaba;
irradia; quebra círculos viciosos; ele derrete montanhas de gelo; ele faz a
terra tremer; ele dá vida às pessoas mortas. Sim, o amor interfere no jeito de
viver das pessoas.
Eu ouse escrever que o amor é o conhecimento mais profundo
do mundo; que ele é a fórmula mundial que a ciência procura. Aliás, ela já
avançou muito nesta busca. Então, nós, as pessoas que praticam o amor,
precisaremos sempre de novo treiná-lo. Que Jesus, nosso Senhor, nos inspire
neste projeto.
P. Renato Becker
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