quinta-feira, 19 de setembro de 2019

ORGANIZAR-SE!


Faz alguns dias assisti a uma palestra cujo tema era a “ordem”. Não concordei com tudo o que foi dito e, por isso, fui vasculhar um pouco mais sobre esse assunto. Foi nessa busca que descobri o texto bíblico de 1 Tessalonicenses 4.1-8. Interessante sua leitura... Você tem um tempinho para me ler?  Obrigado!

A organização pode ser um hábito muito bom! Gostamos de responder que “está tudo em ordem”, quando nos perguntam pela nossa saúde. Ao respondermos dessa forma temos em mente que, no momento, nada perturba a nossa vida.

Sim! Tudo em ordem! Nós somos pessoas saudáveis. Sentimo-nos bem. A família está tranquila. A comida que comemos à tem gosto bom.

Mas esta ordem também pode ser legal de outras maneiras. Nosso mundo - como Deus o criou - é um milagre da ordem. Muitas vezes, essa ordem maravilhosa se esconde, embora esteja diante de nossos olhos. Outro dia olhei para uma margarida? Trata-se de uma flor muito simplória. No entanto, no seu centro esconde-se um princípio especial de ordem. Há um bom número de pétalas e tem a estrutura de um girassol. Estes três elementos se integram dentro de uma bonita ordem. 


Se observarmos a estrutura dos cristais de neve, nos daremos conta de que são maravilhosos. Eles se aderem noutro princípio ordenado.   


Os exploradores estão sempre descobrindo novas estruturas no cosmos. Eles chegam a ficar boquiabertos quando começam a decifrar um pouquinho daquilo que é a base do nosso universo.


Gente! Na natureza a ordem tem um significado profundo e esse reconhecimento já é de longa data. Nos primeiros capítulos da Bíblia se lê sobre esta ordem que torna possível a vida: a mudança do dia para a noite; do verão para o inverno; da chuva para o sol; da luz para a sombra... Que coisa estupenda!

Agora, notem que a pessoa - o principal “produto” da criação divina - recebeu de Deus algo que a diferencia das outras criaturas da terra: ela pode fazer perguntas. E uma das primeiras perguntas que ela fez foi: - Por quê? - Por que não fazer isso e aquilo? - Por que isso é assim? 

Esse “por que” faz de nós o que somos hoje: pesquisadores. Nós não apenas pegamos as coisas na mão, mas procuramos por razões, causas, explicações. Por exemplo, a pergunta por que o sol nasce e se põe de forma tão inofensiva levou milênios para ter uma resposta convincente. Na realidade nós ainda não somos capazes de dar uma resposta exata para este “por quê”, mesmo que a teoria da relatividade de Einstein tenha nos aproximado bastante da mesma.

Mas há perguntas complicadas do tipo: - Por que as pessoas têm que sofrer? - Ou por que Deus permite algo assim? Quando tentamos responder estas questões, logo nos vêm um turbilhão de opiniões, de ideias e de crenças. Ouvimo-las e até podemos mudar nosso ponto de vista, independentemente das nossas experiências ou do espaço cultural onde crescemos.

Vai daí não devemos nos surpreender se, no decorrer da história, aconteceu uma variedade de diferentes ordens e ideias. Na verdade somos sempre de novo confrontados com uma variedade de conceitos diferenciados de organização. 

Há pessoas que entendem a desordem como promotora de sofrimento e miséria. Elas dizem: - Se existe ordem, já estamos a meio caminho andado. Talvez essa palavra tenha surgido durante uma guerra. De qualquer forma, o desejo das pessoas por ordem é enorme. 

Mas o entendimento de que em circunstâncias ordenadas a vida se desenvolve e se preserva é muito antigo. Aqui me lembro dos 10 Mandamentos que são reconhecidos como marcos do comportamento interpessoal. Mesmo assim as pessoas continuam ignorando o que eles exigem. As observações do apóstolo Paulo à Comunidade dos tessalonicenses são um exemplo disso.

A vida das pessoas seria bem mais simples se elas cumprissem os 10 Mandamentos. Volto a frisar, tanto ontem como hoje o anseio por ordem, paz e segurança é comum a todos os povos e raças.  Todas as pessoas querem paz aqui no Brasil, mas isso parece um sonho. O fato é que as pessoas estão fazendo uma “guerra” para programar conceitos de ordem diferentes e até contraditórios. 

O que fazemos? Ora, estamos tentando preservar nossa ordem habitual; investindo no nosso jeito de vestir; perguntando-nos se uma pessoa pode andar de mão dada com outra do mesmo sexo; achando esquisito quando um homem usa o cabelo comprido e circula por aí com rabo de cavalo; apontando o dedo para mulheres que usam maquiagem e até calças compridas num Culto; achando correto o uso abusivo de pesticidas na agricultura. Ai meu Deus! 

Quem é que especifica o que pode ou não pode ser feito? Hoje é bem atual o debate sobre a direção defensiva. Se beber não dirija! Outro dia alguém afirmou que a vida das pessoas é mais importante que os bens materiais. Oh que princípio louvável! No entanto, olhando em volta, carrego a impressão que a preservação da vida humana não é mais a nossa maior prioridade.

Por que isso é assim? Aparentemente porque existem outros valores que possibilitam o sacrifício das pessoas. O que isso nos diz? Pois é. As ordens que criamos têm suas vantagens e desvantagens! 

Paulo descobriu um princípio de ordem que lhe parece adequado para devolver a este mundo a figura criada por Deus: o AMOR. Lembram-se de 1 Coríntios 13? O amor é uma força, uma energia, um poder regulador que pode realmente consertar as coisas. Trata-se de uma ordem que pode quebrar as ordens marcadas pelo “cheiro” da morte. 


O amor interfere na dinâmica da nossa vida. Acontece um redemoinho entre duas pessoas apaixonadas. O amor perpassa muros e cria incêndios. Ele constrói pontes e ao mesmo tempo deleita; ele não se gaba; irradia; quebra círculos viciosos; ele derrete montanhas de gelo; ele faz a terra tremer; ele dá vida às pessoas mortas. Sim, o amor interfere no jeito de viver das pessoas.  

Eu ouse escrever que o amor é o conhecimento mais profundo do mundo; que ele é a fórmula mundial que a ciência procura. Aliás, ela já avançou muito nesta busca. Então, nós, as pessoas que praticam o amor, precisaremos sempre de novo treiná-lo. Que Jesus, nosso Senhor, nos inspire neste projeto.

P. Renato Becker 

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