terça-feira, 27 de março de 2018

VIA CRUCIS 2


Os primeiros passos da paixão de Jesus representam um simulacro de justiça. Os homens têm dificuldade em ser justos, não é mesmo? Um beijo de delação premiada por trinta moedas, e Jesus é preso. Calado e subjugado, ele é julgado e humilhado. Não tem advogado, nem direito a um último pedido. Os seus torturadores zombam dele. Só alguns aliados, lá fora, esperam que a justiça faça a sua parte e o liberte. Pilatos, o governador vassalo da Judeia, encena um júri e até deixa o réu fazer a própria defesa. “Tu o dizes”, responde Jesus. Para mostrar a lisura do seu tribunal, Pilatos até vira democrático e deixa o povo votar: “Barrabás! Barrabás!”, grita a massa, num coro manipulado pela mídia da época. E Jesus não escapa da condenação. Não há clemência para o justo. Ele nada diz. Apenas aceita. Jesus sabe que há uma motivação maior por trás desse veredito de morte. Ele carrega a sua cruz até cair. É chocante, a Via Crucis. Que a bênção do condenado recaia sobre ti!

(P. Clóvis Horst Lindner - Programa Olhar Para o Vale - 27.03.2018)

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