Os primeiros passos da paixão de Jesus
representam um simulacro de justiça. Os homens têm dificuldade em ser
justos, não é mesmo? Um beijo de delação premiada por trinta moedas, e
Jesus é preso. Calado e subjugado, ele é julgado e humilhado. Não tem
advogado, nem direito a um último pedido. Os seus torturadores zombam
dele. Só alguns aliados, lá fora, esperam que a justiça faça a sua parte
e o liberte. Pilatos, o governador vassalo da Judeia, encena um júri e
até deixa o réu fazer a própria defesa.
“Tu o dizes”, responde Jesus. Para mostrar a lisura do seu tribunal,
Pilatos até vira democrático e deixa o povo votar: “Barrabás!
Barrabás!”, grita a massa, num coro manipulado pela mídia da época. E
Jesus não escapa da condenação. Não há clemência para o justo. Ele nada
diz. Apenas aceita. Jesus sabe que há uma motivação maior por trás desse
veredito de morte. Ele carrega a sua cruz até cair. É chocante, a Via
Crucis. Que a bênção do condenado recaia sobre ti!
(P. Clóvis Horst Lindner - Programa Olhar Para o Vale - 27.03.2018)
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