O condenado Jesus segue rumo ao Calvário com a
sua cruz nas costas. Alguns têm pena dele. Uma é a sua mãe. Ela
acompanha todos os passos e sofre com ele. Desejaria morrer no lugar do
filho. Quer arrancá-lo dali e cuidar de seus ferimentos. Até os
soldados, ao ver que desfalecia, obrigaram um tal de Simão a carregar a
cruz dele. E a dramaticidade da Via Crucis aumenta. Verônica limpa o
rosto de Jesus e ele cai pela segunda vez. Algumas mulheres que choravam
por tudo aquilo são consoladas pelo
condenado. “Não chorem por mim. Coisas muito piores vão acontecer e
nenhuma mulher vai querer ter dado a luz algum filho”, ele dizia,
enquanto caminhava, com mais dois outros condenados carregando suas
próprias cruzes. É um cenário de execução. Uma multidão sedenta do
sangue derramado da justiça não arreda pé dali. Só a morte os fará
voltar para seus afazeres. Mas Jesus sabe: sua morte tem outro
significado. E ele silencia. E aceita.
(P. Clóvis Horst Lindner - Programa Olhar Para O Vale - 28.03.2018)
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