segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Desafio da Igreja

 "Nosso desafio não é o de criar cristãos, mas de criar pessoas honestas, humanas, solidárias, compassivas, respeitosas da natureza dos outros. Se conseguirmos isso é o sonho de Jesus realizado.
Há outro dito que diz: onde estão os pobres está Cristo, e onde está Cristo está a Igreja. Só que não é verdade que onde está o pobre está a Igreja. Ela está mais perto do palácio de Herodes do que da gruta de Belém. A Igreja precisa ver qual é o seu lugar na sociedade." (Leonardo Boff)




POR UMA REFORMA QUE LIBERTE MULHERES E HOMENS

A Pastoral Popular Luterana motivada pela celebração dos 500 anos da Reforma Protestante, com os pés firmes no contexto latino-americano, corajosamente olha para os desafios que estão postos para os próximos quinhentos anos. A Igreja de Jesus Cristo tem o compromisso de superar todas as formas de injustiça que invisibilizam a imagem de Deus dada a cada pessoa, independentemente de credo, gênero, etnia, idade, e classe social.
Percebemos que uma das mais duras formas de negação da dignidade das pessoas está ligada as violências relacionadas às questões de gênero. Cientes disso e motivadas pelo Evangelho Libertador de Jesus Cristo, na ótica da confessionalidade luterana, assumimos o compromisso de visibilizar os sofrimentos que emergem dessa injusta realidade.
Motivadas por um misto de sofrimento, fé, luta e esperança e por tudo o que o Movimento da Reforma significa para os nossos dias apresentamos, em forma artística, nossa perspectiva teológica.
Catarina e Lutero: As injustiças de gênero violentam tanto mulheres como homens, por outro lado, ambas e ambos são chamadas e chamados a se aliarem na luta por justiça e igualdade.
Olhar: Evangélico, que compromete e, ao mesmo tempo, aponta para os desafios históricos, sociais, culturais colocados para a fé cristã.
Marcas nos rostos: Contam a história de quem foram, onde estiveram, o que fizeram e onde chegaram. Mulheres e homens carregam as marcas de uma sociedade que coloca padrões distintos do que se deve ser, de onde se deve estar, do que se deve fazer e de onde se deve chegar a partir das características biológicas.
Flores: Simbolizam o sofrimento e o luto, mas também a beleza e a esperança na vida que se renova com a justiça.
Pássaro: Liberdade com igualdade, que é o horizonte de todo chamado para transformações e mudanças na vida cotidiana e nas estruturas da sociedade e da igreja.

Cremos em um futuro de justiça e libertação para todas e todos!

Arte: Jackson Brum

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Crianças, que beleza aprender com elas!




Para Luíza e Gabriel


O Deus vivo chega até nós
de um jeito surpreendente.
Vem na pele de um menino 
Nascido numa estrebaria
Entre animais e palha macia.
Que beleza! Que liberdade! Que graça!
Ah, nesse Deus tão frágil, tão humano
É preciso crer.
Mas ele vem ainda e sempre
Na voz, na inteligência e na liberdade
De outras crianças que nos surpreendem
Com sua criatividade e alegria.
Louvo a este Deus pelas crianças.
No seu dia – que é todo dia –
E penso nelas e me junto às pessoas
Que neste país lutam pela vida
Das crianças, de todas elas,
Pequenas e grandes, pobres ou remediadas.
Criança é sinal do reino de Deus como disse Jesus.
Ah, defender as crianças da soberba
De governantes que traem seu futuro
É compromisso de fé,
É agir com honestidade e grandeza.
Há que devolver-lhes – com generosidade –
A música, o teatro, a pintura, o senso de liberdade.
Assim seja, hoje e amanhã.



Roberto E. Zwetsch