domingo, 27 de março de 2016

PÁSCOA: O VIVO VINDO DE ENTRE OS MORTOS



A Páscoa é uma explosão de alegria. E uma profusão de futuro. As mulheres, que se dirigiram ao túmulo de Jesus para embalsamá-lo, encontram o túmulo vazio e ouvem a mensagem angelical: “Por que procuram entre os mortos aquele que vive.” Não que Jesus não tivesse estado entre os mortos. O Credo Apostólico contém entre as suas confissões também esta: “Desceu ao mundo dos mortos.” O amor de Deus não seria verdadeiramente universal se não abrangesse também os mortos.

No entanto, Jesus já não se encontra mais entre os mortos. Com ele, há uma impressionante irrupção da vida em meio à realidade sofrimento, mal, injustiça e morte. Coisas absolutamente inusitadas começam a ocorrer. Começa pela fantástica dignificação das mulheres. Seu testemunho, na cultura e no sistema da época, não tinha validade legal. Elas não eram consideradas confiáveis. Pois são elas as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus. E passam a proclamá-la, o que deixou os discípulos diante de extraordinário desafio: “Vocês, homens, escutem as mulheres. Abandonem os preconceitos estabelecidos e acreditem na palavra delas.” Que exortação chocante! Que exortação libertadora! Maravilha de Deus!

Páscoa é também uma radical mudança de perspectiva. Não ter mais o olhar voltado para trás, mas sim para frente. Coisas novas e surpreendentes poderão continuar acontecendo. Não que o mundo todo tenha se transformado em bom. As causas da dor, a crucificação de Jesus, ainda estão bem presentes. Ainda hoje, é óbvio, há desigualdades, também conspirações, artimanhas políticas e incursões militares. Há injustiças e violências. O mal não desapareceu como que por milagre. Mas o olhar de quem passa a crer percebe agora o que está por vir: a justiça de Deus, o reino de Deus. Assim, discípulos atormentados e desesperados, recebem novo ânimo. Quem crê na ressurreição de Jesus já não se perde na desesperança, não se deixa levar pelo desânimo, não se resigna com o mal. Mas encontra uma inusitada liberdade para viver a esperança, testemunhar a fé e ser instrumentos do amor, sempre pronto a olhar ao redor, para detectar quem mais sofre, quem mais padece necessidades, quem mais está subjugado por injustiças, que mais carece de fé.
Daí a alegria pascal.


P. Walter Altmann - março 2016



CREDO PASCAL



“Creio em Deus libertador de tudo o que oprime. Creio em Jesus Cristo, irmão nosso, solidário dos sofredores. Creio no vento do Amor, Espírito que transforma homens e mulheres em artistas do Reino. Creio na comunhão dos que constroem a paz. Creio nas comunidades sem cercas, na confraria dos sonhadores, na inspiração dos poetas que acalentam nosso cotidiano, às vezes sofrido, tornando-o mais belo e mais feliz. Creio na ternura dos homens, na força das mulheres, na sabedoria das crianças. Creio na ressurreição dos corpos oprimidos, quando soprados pela doçura do amor, transforma exércitos de ossos secos em comunidades solidárias. Creio nos sinais de tua presença libertadora em nosso dia-a-dia. Amém.”

Abençoada páscoa! A Vida vence os sinais de morte, Aleluia!

Pa. Cristina Scherer


Madalena e aquela madrugada


Madalena corria, o coração batia forte, o suor molhava o seu rosto, a alegria tomava conta do corpo da apóstola. A vida e o sonho voltavam a ser vivos no coração de Madalena.

Parou um instante para retomar o fôlego. Os seus olhos profundos e escuros fitavam longe à procura de algo. Devagarinho deu uma volta sobre si mesma, deixando cair o manto preto que a cobria. Olhava e, no alto, mergulhava num céu cada vez mais claro onde ainda só brilhava uma estrela.

Um sorriso largo e uma gargalhada cristalina romperam o silêncio daquela madrugada. Finalmente, a tinha encontrado, tímida amiga do dia. Meiga presença fecundadora da terra, do mar, do corpo das mulheres... sinal de vida, libertação, ressurreição... Lua cheia da Páscoa do Senhor Jesus... “Alegrai-vos, mulheres e homens. Não tenhais medo. O Senhor ressuscitou! Aleluia!” (Mt 28,11).

Maria Soave

Texto disponível no livro de Maria Soave: Luas... Contos e en-cantos dos evangelhos



Bênção de Páscoa




"Que a força que abriu o sepulcro
nos abençoe em nossas fraquezas;
que o amor que venceu a morte
nos ajude a vencer a indiferença;
que a presença do Consolador
nos faça dormir tranquilos e acordar em paz."
Amém.




Luiz Carlos Ramos


segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Internacional da Síndrome de Down

O dia 21 de março foi escolhido pela Down Syndrome International como dia internacional em alusão aos três cromossomos no par de número 21 que as pessoas com síndrome de Down possuem.

Um dia para homenagear, para olhar e para lutar por pessoas muito especiais, lutar, principalmente, contra a discriminação e a falta de informação no dia-a-dia. 

A pessoa com Down tem limitações que muitos não temos. Mas eles são como nós, têm suas angústias e alegrias, seus desejos e inseguranças. 


E é como cidadão pleno que precisa ter todos os seus direitos respeitados. 


Todos temos responsabilidade na transformação do atual cenário de preconceito e discriminação, na construção de um caminho rumo ao futuro onde Inclusão, Integração e RESPEITO sejam realidades consolidadas para estas crianças, jovens e adultos.




Saboreando Palavras


Inaugura-se mais um outono...




Muitas folhas cairão para cumprir um ciclo da vida. A umidade vai transformar as folhas caídas em algo proveitoso. Sim, as chuvas cooperam com a terra e o que aparentemente não serve mais, servirá!
Elas, as folhas, amadurecem e seguem o caminho da entrega e da doação. Morrem, de certa maneira! Tornam-se húmus. Alimentam um ciclo de vida. Uma parábola na própria natureza. Uma alusão àquela máxima verdade que diz que quem quer ser importante, que sirva! Existem pessoas que são folhas. Na entrega de si mesmas, tornam-se húmus. Propiciam vida!

Pa. Ester Delene Wilke



domingo, 20 de março de 2016

Bendito o Rei que vem em nome do Senhor!



Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! (Lucas 19.38)

Quaresma é um tempo especial. Iniciou na quarta-feira de cinzas e culmina com a celebração mais importante para a cristandade, a páscoa. É um período importante para a reflexão pessoal e comunitária, para avaliações, para meditarmos no caminho trilhado por nosso Deus em Cristo por amor a nós. Neste período acompanhamos, passo a passo, o caminho de Jesus até Jerusalém. Agora, a nossa frente, está a semana santa, o auge desta história em que Deus, através de Jesus, estende sua mão amorosa a cada um de nós.

No domingo de Ramos lembramos a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém. Para lá afluem milhares de pessoas todos os anos para celebrar a páscoa, a libertação da escravidão no Egito. Os números são impressionantes, estima-se que nestes dias há na cidade de Jerusalém uma população de até 100.000 pessoas.

Os relatos bíblicos testemunham que a entrada de Jesus em Jerusalém aconteceu cercada de expectativas. O hino real do povo de Israel foi cantado com entusiasmo:

- Bendito o que vem em nome do Senhor, como rei de Israel! (Salmo 118.26).


Nestas palavras transparecem as expectativas e esperanças criadas em torno de Jesus. Ao entrar na cidade, montado num burrinho (Zacarias 9.9), Jesus cumpria uma antiga profecia. Trata-se, portanto, de um cortejo triunfal. Há todo um clima de entusiasmo que contradiz com a atmosfera tensa que pairava na cidade. O caminho por onde Jesus passa está enfeitado com ramos verdes. Capas cobriam o chão por onde passava (Mt 21.8-9).

Enfim, aos olhos de todos, menos de Jesus, tudo está pronto para que ele entrasse em ação e instaurasse o seu reino. E Jesus agiu, só que de uma maneira bem diferente do que todos esperavam (veja Fl 2.5-11). Parece que isto continua assim até hoje.

Em Jerusalém não houve nenhuma aclamação real. Jesus falou ao povo e ensinou, assim como havia feito ao longo de todo o caminho. Falou duramente contra o templo e a multidão se maravilhava de sua doutrina enquanto que as autoridades procuravam uma forma de eliminá-lo (Mc 11.17-18)

A semana da paixão revela que as peças não se encaixaram. O caminho de Jesus frustrou àqueles que esperavam demonstrações de poder e força. Jesus renunciou a tudo isto. Ele revelou a face amorosa de Deus e sua vontade colocando-se ao lado das pessoas, sendo solidário, compartilhando a dor. Neste jeito de revelar a vontade de Deus Jesus mostrou que veio para ajudar, gerar esperança, construir a paz que tanto as pessoas almejam.



A semana da paixão revela que Jesus frustrou as pessoas. A causa principal foi a sua aparente fraqueza. Ele não se enquadrou no perfil esperado, nem em Jerusalém naquela vez e nem hoje. A entrada triunfal na cidade de Jerusalém culmina de forma triste e cruel na crucificação na sexta-feira santa.

O domingo de páscoa, por sua vez, atesta que Deus é o Deus da vida. A ressurreição de Jesus quebra com a espiral de violência e morte e aponta para um novo horizonte. Deus não quer a cruz, nem a de Jesus, nem as cruzes de hoje.

Por isso, nesta semana da paixão, muito mais do que lembrar a Jesus, somos convidados a testemunhar e anunciar àquele que veio ao nosso encontro de forma solidária, que nos possibilita a experiência da páscoa – das pequenas vitórias sobre situações de sofrimento, dor, solidão, e nos desafia a romper com a normalidade das tantas cruzes que continuam sendo erguidas em nossa sociedade. Em Jesus Deus afirma que não estamos mais sozinhos, que com sua presença quer marcar nossas vidas no empenho pela paz.

P. Nestor Paulo Friedrich 

terça-feira, 8 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher

Oração com as mulheres


Deus, que deste à luz o Universo,
geraste em tuas entranhas, apaixonadamente,
tudo o que é, que era, e o que há de vir;

Que até hoje nos aconchegas no teu seio,
e nos abrigas carinhosamente sob as tuas asas,
e nos supres com teu leite e pão e mel,
e nos sacias com a água pura da vida;

A ti elevamos, num sussurro, nossa tímida prece,
na esperança de que o nosso desejo coincida com o teu,
e tu te inclines para ouvir o clamor das tuas filhas:

Que peregrinam dolorosamente nas fronteiras da terra
que são humilhadas, torturadas e obrigadas a esconder o rosto
que são exploradas e roubadas em sua dignidade
que são violentadas e reduzidas ao silêncio…

Vêm até nós com doçura, vigor e amizade!
Vem, na teimosia da esperança,
na obstinação da justiça,
na tua irresistível graça
na eternidade do teu amor.

Vem, aviva nossa memória
e transforma nossa história.

Muda nossos planos,
para que sejamos mais que homens e mulheres,
para que sejamos, enfim, humanos.

Amém!
Luiz Carlos Ramos (8 de março de 2015)



segunda-feira, 7 de março de 2016

Em homenagem ao 08 de Março

Mujer y Mundos Posibles



“Casi no puedo con el mundo que azota entero mi conciencia...” Julia de Burgos




Puesto que nací después de las dos grandes guerras mundiales, no recuerdo en lo que tengo de vida otra época más angustiosa para la humanidad que ésta. Nunca antes nuestro mundo ha necesitado tanto de la imaginación femenina como hoy.

El escritor italiano, Alberto Moravia, decía que las mujeres debíamos gobernar el planeta porque la maternidad es incompatible con la bomba atómica. Yo no sólo estoy de acuerdo, sino que pienso que de nosotras depende el futuro sin guerras que anhelamos.

Hay mujeres que piensan que los comportamientos y sensibilidades que conforman una “ética femenina” son el producto de una opresión histórica. Es posible que así sea; que las responsabilidades que tradicionalmente hemos asumido en un mundo dominado por los hombres sean las que nos han forzado a desarrollar valores como la conciliación, la valorización del ámbito privado, la preocupación por el otro, por las relaciones inter-personales, las emociones y la comunicación. Sean cuales fueran las razones que han depositado esta sensibilidad en la mujer, el hecho es de que poseemos, como grupo, una “ética” diferente. Mientras los hombres están más preocupados por la “universalidad” de ciertas leyes morales, deberes y derechos; las mujeres valoramos mejor el impacto directo de los conflictos sobre las vidas particulares de quienes los sufren. La compasión, la resolución vía diálogo de las confrontaciones no las aprendemos en los libros; las vivimos en el día a día. La ética de cuidar la vida no es para nosotras un concepto abstracto, como puede ser la patria para los hombres. Tenemos una relación biológica con este imperativo de la naturaleza porque en la división del trabajo humano, es a nosotras a quienes nos toca no sólo dar vida, sino protegerla, alimentarla, ayudarle a alcanzar su plenitud y hasta auxiliar a nuestros viejos en el camino hacia su fin.

Hay un viejo principio socialista originado en Fourier y en Engels que afirma que el nivel de libertad de las mujeres es un criterio válido para medir el nivel de humanización de la sociedad. Podríamos deducir de este criterio que un mundo más humano y armónico requeriría de la globalización de la libertad femenina. Yo me atrevería a decir más: Estoy convencida de que el “otro mundo posible” que surgió como enseña del Foro Social Mundial en Porto Alegre, es un mundo imbuido de la sensibilidad, la compasión, el respeto a la vida que portamos las mujeres. Estoy convencida de que de nuevo estamos llamadas a darle a Adán otro mordisco de la manzana del conocimiento, esta vez no para perder, sino para recuperar el Paraíso Terrenal.

La urgencia de esta misión que, pienso, tenemos todas las mujeres del mundo requiere sin embargo que repensemos y reformulemos el carácter de la lucha por nuestra libertad que hemos venido dando desde hace varias décadas.


A raíz de los preparativos de guerra de Estados Unidos contra Irak, fuimos testigos de la más grande movilización por la paz a nivel global que se ha visto en la historia de nuestra especie. Fue hermoso ver las multitudes que se concentraron en las plazas y avenidas de tantas ciudades del globo. Fue hermoso y esperanzador, pero hasta cierto punto, fue un impulso tardío, un impulso que se pareció al de los bomberos que salen a apagar un fuego cuando ya el fuego se ha extendido y amenaza con consumirlo todo.

Y la verdad es que, si no abordamos los problemas de fondo de nuestras sociedades, las mujeres y los hombres de buena voluntad vamos a seguir actuando como apaga- fuegos. Y la solución de estos problemas de fondo a los que me refiero se nos va a seguir escapando mientras sigamos sin abordar el mayor problema de fondo de todos que es el de los valores, de la ética que rige nuestra moderna existencia. La esperanza a la que podemos aferrarnos es la de cambiar esta ética; la de darle al mundo otro mordisco de la manzana bíblica.

Si analizamos la historia del siglo XX, podremos ver algo muy interesante y es que de todas las revoluciones sociales que se produjeron, ninguna tuvo mayores consecuencias, ni cambió más el mundo que la revolución femenina. Cosas fundamentales como el amor, la sexualidad, las relaciones de trabajo, la intimidad de las familias, el potencial de la humanidad, se transformaron sustancial y positivamente. La revolución femenina coincidió en el tiempo con el fin de la guerra del Viet-Nam, el fin de la guerra fría y la democratización de América Latina. Aunque no se haya cuantificado su contribución en estos procesos, la más activa presencia de las mujeres y su nueva valoración social, sin duda dejó su huella en ellos.

Ahora bien, desde fines de los 80 y a través de los noventa, ese impulso fenomenal, ese aire libertador que traía el feminismo, se estancó. El contra-ataque fue despiadado. A las feministas se nos acusó de todo lo que era posible acusarnos y, bajo el embate de una ola conservadora, se produjo un repliegue.

El movimiento femenino se desbandó y para sobrevivir se transformó en un movimiento reivindicativo que se concentró en trabajar alrededor de ciertos temas específicos. Dejamos de cuestionar de manera beligerante los valores fundamentales sobre los que siguen funcionando nuestras sociedades, para convertirnos en especie de “lobbies” para gestionar un limitado número de derechos. La derecha nos acorraló en el debate sobre el aborto mientras continuaba con su agenda fundamentalista promoviendo el regreso a lo que llama “valores cristianos” que, en esencia, lo que cuestionan son todos los cambios que las mujeres proponíamos a la sociedad.

No es que no hayamos continuado avanzando. Hay cantidades de experiencias a lo largo y ancho del mundo que atestiguan el duro ascenso de las mujeres hacia ese Everest de la igualdad, pero estas luchas se han tornado pragmáticas, específicas o individuales; han sido vaciadas de su contenido colectivo y revolucionario, del aliento heroico que animó las luchas por el voto, la quema de brassieres, las tomas de revistas de modas o de los concursos de belleza de los sesentas; o las marchas de las madres en la Plaza de Mayo.


Las mujeres nos hemos dividido entre feministas o no-feministas al faltar ese elemento unificador de una causa común, al fragmentarse el objetivo de nuestras luchas en pequeñas parcelas. Una época como ésta con su necesidad de luchar por la paz nos ofrece una bandera que nadie mejor que las mujeres podemos levantar. La paz nos compete a todas porque la guerra nos afecta a todas. Y la lucha por la paz, entendida como la lucha por una nueva ética humana donde la guerra deje de ser una opción viable, nos presenta un reto lo suficientemente formidable como para llamarnos a desencadenar todas nuestras energías.

Por experiencia sé que grandes retos movilizan nuestra capacidad de grandeza. Los seres humanos llevamos en alguna parte de nuestra psiquis una especie de memoria de la felicidad perdida que nos mueve a seguirla buscando incansablemente. Estos tiempos, con sus amenazas y su desesperanza tienen también su lado positivo porque nos obligan a sacudirnos la complacencia y a buscarnos de nuevo las unas a las otras. El rol que esta vez nos toca jugar es de singular importancia. No podemos dejar que los ruidos de la guerra apaguen los ruidos de la vida. Tenemos que invocar el poder del vientre, el poder del cuerpo femenino para dar un salto definitivo en esta lucha de la humanidad no sólo por la sobrevivencia, sino por el placer y la felicidad de cada uno de sus integrantes.


Cada una de nosotras conoce el poder de las palabras, el poder de la imaginación. Hace mucho ya que el lenguaje femenino que articulaba la filosofía libertaria del movimiento de emancipación de la mujer se volvió ininteligible para la común de los mortales y se tornó en un lenguaje de especialistas. Hay que volver a impregnarlo de su profundo y original hálito liberador, a la vez que se le dota de colores que reflejen la belleza del porvenir. Hay que delinear el futuro que soñemos con las imágenes y las visiones más hermosas de que seamos capaces para que quien lo intuya se sienta poseída por el deseo irrefrenable de hacerlo realidad.

Tenemos hoy más que nunca la responsabilidad de volver echar a volar las grandes ambiciones que hincharon las velas de las valientes mujeres que nos precedieron. A la falsa “ética” militarista y justiciera, debemos contraponer una nueva ética humanista, multicultural, igualitaria, respetuosa y solidaria. Una ética que empiece por reconocer que no se pueden andar pregonando valores como la democracia y la libertad a otros, cuando en nuestro propio “civilizado” occidente la mitad de la población no goza de las libertades, ni la democracia porque está abrumada, mal pagada, mal tratada y sigue siendo ciudadana de segunda categoría.

Hay entonces una lucha de liberación pendiente, que es global y que no puede seguir esperando porque, igual que la lucha por la paz, es clave para que la humanidad no pierda sus rasgos éticos y acabe convertida en una monstruosidad.

Virginia Woolf escribía, en el final de su ensayo “Un cuarto propio”, refiriéndones a la hermana de Shakespeare que nunca existió y decía: esa mujer “vive en ustedes y en mí y en muchas otras mujeres que no nos acompañan esta noche, porque están lavando los platos y acostando a los hijos. Pero vive porque los grandes poetas no mueren; son presencias continuas; sólo precisan una oportunidad para andar entre nosotras de carne y hueso”


Y sigue diciendo: “si nos adiestramos en la libertad y el coraje de escribir exactamente lo que pensamos; si nos escapamos un poco de la sala común y vemos a los seres humanos no ya en su relación recíproca sino en su relación con la realidad......si encaramos el hecho de que no hay un brazo en que apoyarnos y de que andamos solas y de que estamos en el mundo de la realidad y no sólo en el mundo de los hombres y las mujeres, entonces la oportunidad surgirá y el poeta muerto que fue la hermana de Shakespeare se pondrá el cuerpo que tantas veces ha depuesto.”
El futuro es nuestro, compañeras. Pero tenemos que ganárnoslo, que defenderlo con la pluma, con las ideas y con una cada vez más ferviente solidaridad humana para que de nuestro parto colectivo nazca ese otro mundo posible al que aspiramos.



Gioconda Belli
07 de março de 2012

Antoinette Brown Blackwell (1825 – 1921)


Resgate histórico

De acordo com a Rede Social da United Church of Christ (Igreja Unida de Cristo ou União Cristã de Igrejas), Antoinette Brown Blackwell foi a primeira mulher a ser Ordenada como Ministra desde o tempo do Novo Testamento. A sua ordenação aconteceu na Igreja Congregacional nos Estados Unidos no ano de 1853, sendo então considerada a primeira mulher eleita para servir numa Comunidade Cristã. Em 1950 a Igreja Metodista admitiu mulheres a ordenação e em 1976 a Igreja Anglicana passou a admitir mulheres ao sacramento das ordens.
Segundo Penelope J. Ryan, em seu livro “Católico Praticante: A busca de um Catolicismo para Terceiro Milênio”:

Podemos ter certeza de que tais mudanças foram feitas somente depois de cuidadoso estudo teológico e oração dentro da tradição cristã. Não foram movimentos fáceis para essas Igrejas Cristãs, mas foram feitos com a convicção de que estavam sendo guiados pelo Espírito, que é maior do que nossas noções humanas de sexismo”.

Encontrei na Internet um momento da vida de Antoinette Brown relatado por um pastor chamado Marcelo Augusto de Carvalho. Não sei de que Igreja ele pertence ou mesmo se o relato corresponde com um fato histórico, mas achei interessante, por isso compartilho...

Antoinette Brown, de 21 anos de idade, ficou parada no parapeito de um barco no Canal Erie, certa noite de agosto de 1846, ouvindo um idoso ministro falar de sua obra missionária ao longo do canal.
- Há muita maldade ao longo do canal- dizia ele. - E poucos para pregarem a mensagem do amor de Deus.
- Eu também creio nessa espécie de Deus - disse Nettie. - Desde que eu era uma menina bem pequena, já desejava falar às pessoas sobre um Deus amoroso. Eu queria ajudá-las, para que elas estivessem preparadas para viver ou para morrer.
- Deus a abençoe - disse o idoso homem, balançando a cabeça em sinal de aprovação.

Encorajada, ela prosseguiu:
- Jamais falei a alguém antes, nem mesmo a minha mãe ou meu pai. Mas sabe, senhor, eu espero um dia ser uma ministra do evangelho.
O missionário deu um passo para trás e franziu a testa:
- Você está dizendo blasfêmia, minha filha. Você nunca leu o que Paulo escreveu: "As mulheres permaneçam em silêncio na igreja, pois não lhes é permitido falar"?
- Só porque sou mulher não posso fazer a obra do Senhor? - perguntou Nettie. - Por certo, temos entendido mal este verso.
Impaciente, o ministro continuou:
- Você não leu na epístola de Timóteo, onde diz: "Não permito que nenhuma mulher fale nem exerça autoridade sobre o homem, mas que esteja em silêncio"?
Nettie ficou em silêncio. Ela terminaria o preparo teológico e depois saberia melhor como responder a essas objeções. Mas conseguir entrar na Escola de Teologia do Colégio Oberlin não era fácil. Finalmente, foi-lhe permitido assistir às aulas, mas não se matricular. Eles se opuseram a sua formatura e a uma licença ministerial.
Mas Nettie sabia que Deus a havia chamado para ser uma ministra. Ela continuou estudando e se preparando até que o caminho se abriu para ela pastorear a pequenina igreja de South Butler, Nova Iorque, tornando-se assim a primeira mulher ordenada nos Estados Unidos.



Este resgate histórico nos convida a uma reflexão da situação do Ministério Feminino nas nossas Igrejas, Paróquias e Comunidades. Na IECLB já se vão 32 anos desde que a primeira mulher foi ordenada pastora. Neste Dia Internacional da Mulher precisamos nos perguntar: Como estamos enxergando o valioso trabalho das Mulheres que ocupam um ministério ordenado ou mesmo estão em cargos de liderança em nossas Comunidades?


sábado, 5 de março de 2016

Q U A R E S M A


QUARESMA: Tempo de jejum?

A Quaresma deverá ser um tempo para “jejuar” alegremente de certas coisas e também para “fazer festa” de outras.

Neste tempo deveremos:
  • Jejuar de julgar as outras pessoas e festejar porque Deus habita nelas.
  • Jejuar do fixarmos-nos sempre nas diferenças e fazer festa por aquilo que nos une na vida.
  • Jejuar das trevas da tristeza e celebrar a luz.
  • Jejuar de pensamentos e palavras doentias e nos alegrar com palavras carinhosas e edificantes.
  • Jejuar de desilusões e festejar a gratidão.
  • Jejuar do ódio e festejar a paciência santificadora.
  • Jejuar de pessimismos e viver a vida com otimismo, como uma festa contínua.
  • Jejuar de preocupações, queixas e egoísmos e festejar a esperança e a Divina Providência.
  • Jejuar de pressas e angústias e fazer festa em oração contínua à Verdade Eterna.


Quaresma tempo de encontro com Deus.