sábado, 31 de outubro de 2015

MULHERES DA REFORMA - Katharina Schütz Zell

Katharina Schütz Zell

Katharina Schütz Zell

Katharina (1497/98) nasceu em Estrasburgo (França) como filha de Elisabeth Gerster e Jakob Schütz, mestre carpinteiro que fazia parte do conselho da cidade. Katharina aprendeu a ler e a escrever quando não havia escolas públicas organizadas, mas casas-escola onde professores ministravam aulas para meninas e meninos. Ela começou muito jovem a ler a Bíblia e tinha muitas perguntas que envolviam a vida religiosa.
Em 1523 Katharina casou-se com o sacerdote Matthäus Zell, um ótimo pregador e simpatizante da Reforma. O casamento de clérigos, questionando o celibato, era algo central do movimento da Reforma. Com o casamento, Matthäus Zell foi excomungado da Igreja Católica, assim como os outros clérigos que haviam casado. Katharina, corajosamente, escreveu uma carta ao Bispo defendendo o casamento dos clérigos.
Assim ela entitulou a sua carta: “Desculpas de Katharina Schütz, para Matthäus Zell, seu marido, pastor e servidor da Palavra de Deus em Estrasburgo, devido às grandes mentiras que recaem sobre ele”. A carta mostra seu grande conhecimento bíblico.
O casamento de Katharina e Mathäus sempre esteve firmado na palavra de Deus. Como havia muita perseguição aos adeptos da Reforma, o casal deu refúgio a muitos. Quando homens precisavam de asilo, ela os acolhia e escrevia uma carta de conforto e conselho às mulheres e crianças que haviam ficado para trás. Além da diaconia, Katharina também agiu como conselheira.
Katharina foi mãe de duas crianças, que morreram pequenas, causando muita dor. Ela recebeu em sua casa os reformadores Ulrich Zwinglio de Zurique e Johannes Oekolampad de Basel. Ela também trocou correspondência com vários deles, inclusive Lutero e até o visitou com o esposo em Wittenberg.  Em 1534 ela editou um hinário, apontando para a importância da música e da oração na vida cotidiana. Ela também reescreveu o Salmo 51 juntamente com o Pai-Nosso como carta de consolo, numa perspectiva inclusiva no falar sobre Deus.
Ela pregou em público três vezes, a primeira em janeiro de 1548, quando morreu o marido. As outras duas ela pregou na hora do sepultamento de duas mulheres, adeptas do pregador Schwenckfeld. Os pastores luteranos não realizaram o enterro, pois achavam que os seguidores de Schwenckfeld haviam se separado da Igreja Cristã.
Katharina defendeu a diversidade do movimento da Reforma, opondo-se a radicalismos e exclusivismos. Ela faleceu no dia 5 de setembro de 1562. Foi uma mulher avançada em seu tempo, lutadora pela igualdade de homens e mulheres no serviço da igreja e pela divulgação pública do evangelho em Palavra e Ação.

Pa. Dra. CLAUDETE BEISE ULRICH *
FONTE: JORNAL O CAMINHO

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